terça-feira, 5 de outubro de 2010

O SENTIDO DA VIDA PARA OS JOVENS





Cardeal Martini fala aos jovens sobre o risco da fé




Ouço jovens que dizem: “Quero ser feliz, ser amado e quero saber para que estou aqui”. Vou mais longe: para ser feliz é preciso se empenhar, descobrir o relacionamento correto consigo mesmo. Devo cuidar de permanecer com saúde para poder realizar alguma coisa, também para conhecer meus limites e não exceder. Ao cuidado consigo mesmo pertencem o esporte e a oração. De vez em quando é preciso para e agradecer a Deus. Mesmo nas horas sombrias não podemos esquecer a felicidade que experimentamos. Quem agradece consegue reconhecer sua felicidade, sente como aumenta sua força. Muitos são ricos e não se dão conta. E por isso são infelizes.



Além da gratidão, outra fonte para o sentido da vida é a amizade. Amizade com pessoas a quem sempre posso perguntar, com quem posso conversar não só sobre sucessos, mas também sobre fracassos. Amigos se revelam quando me torno fraco e posso neles confiar.



Também integram o sentido da vida as pessoas para as quais existo. E também tarefas. O que seria de mim sem a Igreja, sem a conversa com tantas pessoas que buscam conselho, sem o desafio que nos fazem os jovens? Eu pensei pouco sobre o sentido da vida porque me foi concedido ser útil a tantas pessoas. Digo conscientemente: me foi concedido. O sentido da vida é como a água em que nado. O sentido da vida se desenvolve. Quando você se torna forte para as pessoas que necessitam proteção especial, quando você se torna apara eles advogado, pastor e amigo, então o sentido da vida se torna mais intenso na sua vida e na deles.



Em relação ao sentido da vida para os jovens, é decisivo que encontrem a profissão certa e o trabalho correspondente, naturalmente também a mulher certa ou o homem certo, talvez, também, a coragem de entrar numa ordem religiosa ou de não casar em razão de uma missão. O relacionamento com Jesus, que pode em tudo crescer, é para mim a fonte mais profunda de sentido, a alegria da vida.



Fonte: MARTINI, Cardeal Carlo M. Diálogos noturnos em Jerusalém, PUC Rio, Paulus, II edição, 2009.

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